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Julho/2005
Yamaha 180
A homogeneidade dos seus elementos é sua maior caracterísitca
 
Os testes de rodagem e desempenho do modelo CS 2E-180 obtiveram resultados excelentes. Principalmente em função de seu conjunto, tornou-se difícil destacar apenas "um" ou "o" ponto alto da moto. Assim, a homogeneidade de todos os seus elementos é a sua maior característica.
 
 
APRESENTAÇÃO

Esta moto é de excelente porte e tamanho, possuindo todos os seus componentes muito bem distribuídos no quadro. Este, por sua vez, é bem dimensionado e de pouco peso. A pintura é de ótima qualidade e os cromados do pára-lama dianteiro e da proteção da corrente dão um toque de beleza à máquina.
O assento é amplo e macio. Comporta bem duas pessoas e possui alça central para o passageiro de trás. O tanque de gasolina tem capacidade satisfatória (9 horas). Suas laterais são protegidas com guarnições de borracha e nele está inscrito o logotipo do fabricante.

Característico de passeio, o guidom apresenta boa posição e maneabilidade. No centro possui embreagem de direção, que em altas velocidades deve ser acionado para a direita, tornando-se mais "duro", a fim de obter-se maior estabilidade direcional.

À direita do guidom estão o acelerador, a alavanca do freio dianteiro e o botão da partida elétrica. Na mão esquerda, o comando dos faróis, da buzina e dos sinaleiros direcionais, e a alavanca da embreagem. A moto tem sinaleiros direcionais na frente e na traseira, de cor âmbar.

O pedal para troca de marchas está no pé esquerdo, sendo a 1ª para baixo e as demais para cima, com ponto morto apenas entre a 1ª e a 2ª. A moto possui cinco marchas. No pé direito, está o pedal de freio traseiro que, ao ser acionado, faz acender uma eficiente luz vermelha do sinal "pare", na traseira.

Colocados acima do farol, situam-se, à esquerda, o conta-giros, e, à direita, o velocímetro. O conta-giros vai até 12.000 rpm. A partir das 8.400 rpm mostra uma faixa vermelha, de advertência para as passagens além desse limite. Nele estão encaixadas três lâmpadas indicadoras: verde — ponto morto do câmbio; amarelo — pisca-pisca; vermelho — cargo do dínamo. O velocímetro marca até 160 km/h e possui, embutido, odômetro com centenas de metros. À frente do guidom há, ainda, a chave de ignição, que possui 4 posições: esquerda — desligado; centro — contato ligado; direita — emergência (no caso de bateria descarregar-se); toda à direita — luz de estacionamento (pode-se retirar a chave).

No centro do quadro da moto ficam o reservatório de óleo e a bateria. O reservatório possui visor externo, para verificação do nível do óleo. A bateria é protegida por uma tampa, onde está inscrito "180". A moto tem dois pedais retráteis para passageiro e dois cavaletes, um central e outro lateral.

 
 
MECÂNICA DA YAMAHA

O motor da Yamaha CS 2E-180 possui mais de 100 cv/litro de potência específica: seus 21 cavalos mostram realmente excepcional performance. Em que pese o fato de ser a 2 tempos, tem boa elasticidade e a partir de 40 km/h pode-se acelerar em 4ª. A 5ª é bem longa e sua aceleração deve ser dosada para não provocar afogamento ao primeiro instante. Nos testes de aceleração solicitamos o motor até 9.000 rpm, faixa esta que ultrapassa o limite recomendado pela fábrica: 8.400 rpm. A 9.000 giros sentimos que a potência moto23 ainda é boa.

O câmbio, de 5 marchas, é de fácil engate e possui excelente escalonamento. Verifica-se uma queda de cerca de 600 rpm quando se troca de marcha, exceto de 3ª para 4ª, quando a queda é de aproximamente 800 giros. Os tempos de aceleração obtidos podem ser considerados excepinais para uma máquina de 180 cc.

A lubrificação é feita pelo sistema Autolube, em que o óleo e a gasolina são misturados através de uma bomba, tornando desnecessário adicionar óleo ao combustível na hora do abastecimento. É semelhante ao sistema empregado nos carros DKW-Vemag séries 1965/66/67, produzindo resultados satisfatórios. Em baixos regimes de rotação a proporção de mistura óleo/gasolina é de 1:40 e em altas rotações chega a 1:10.

A embreagem é macia, mas deve-se tomar cuidado ao sair, pois, soltando-a de uma vez, a moto sai com violência. Os freios são bem eficientes quando acionados simultâneamente. Em condições normais de freagem necessitamos, a 80 km/h, de 20 metros para parar completamente a moto. O freio traseiro, quando acionado isoladamente, não chegou a impressionar bem na máquina testada (o pedal estava com muito curso).

A suspensão é macia e mesmo em terrenos acidentados não transmite nenhuma vibração ou tranco ao usuário. A estabilidade desta moto pode ser avaliada pelo fato de que a 100 quilómetros horários sentimos bastante confiança ao executarmos curvas alta. Com referência às impressões sobre suspensão e a estabilidade, deve ser considerado que calibramos os pneus com 21 libras na traseira e 16 na dianteira, abaixo do indicado pelo fabricante (22 e 20, respectivamente). O que se pode dizer da Yamaha é que, ao invés de destacar um ponto alto, deve-se assinalar que o seu conteúdo total é de excelente homogeneidade.

 
 
FICHA TÉCNICA

Marca: Yamaha
Modelo: CS 2E
Tipo do Motor: 2 tempos, 2 cilindros paralelos
Cilindrada: 180 cc
Diâmetro e curso: 50 x 46 mm Compressão: 7,4:1
Potência: 21 HP (DIN) a 7.500 rpm
Alimentação: 2 carburadores Mikuni de 18 mm
Ignição: por magneto
Sistema de lubrificação: sistema Autolube
Capacidade do tanque de gasolina: 9 litros
Capacidade do tanque de óleo: 1,9 litro
Tipo de óleo a ser usado: do motor, 2 tempos; do câmbio, mineral 30
Sistema elétrico: bateria 12 volts, com dínamo
Peso: 118 quilos
Relações de transmissão:
1ª. — 2.833 (34/12)
2ª. — 1.875 (30/16)
3ª. — 1.421 (27/19)
4ª. — 1.045 (23/22)
5ª. — 0.840 (21/25)
Primário — 3.313 (53/16)
Secundário — 2.667 (40/15)
Medida dos pneus: dianteiro — 2.75 x 18; traseiro 3.00 x 18
Suspensão dianteira: forquilha telescópica
Suspensão traseira: "pernas" com molas de amortecimento hidráulico Transmissão: por corrente
Arranque: elétrico ou pedal (kickstarter)
Velocidade máxima indicada pelo fabricante: 140 km/h

 
 
 
FICHA DE TESTE

A motocicleta utilizada estava com 1.183 quilómetros rodados.

Combustível usado: Gasolina azul — 82 octanas declaradas.
Pressão dos pneus: 21 libras na traseira e 16 libras na dianteira.
Aferição do velocímetro:
Indicado Real Erro em %
60 52,94 13,33
80 72,00 9,00
100 91,37 9,44
120 110,76 8,34
Aferição do odômetro:
Em 1.000 metros reais o odômetro indicou 1.005 metros.
Acelerações através das marchas:
(indicadas pelo velocímetro):
0 — 100 km/h (1ª à 4ª) — 12.9s
40 — 100 km/h em 5ª — 29.0s
40 — 100 km/h em 4ª — 14.9s
O — 1.000 metros (usando todas as marchas) — 38.3s
Velocidades por marchas (a 9.000 rpm):
(indicadas pelo velocímetro):
1ª — 50 km/h
2ª — 70 km/h
3ª — 90 km/h
4ª — 118 km/h
Velocidade máxima (real): médias das passagens — 121,62 km/h.
Consumo: 20 km/litro.
 
 
Fonte: Revista Auto Esporte Nº 63 - Janeiro/1970
 
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Contribuição: Ralf Kyllar